Berlusconi, com prestígio em queda, diz que vai apelar no Caso Battisti
Por Redação, com agências internacionais - de Roma
Primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi se disse desapontado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil de negar a extradição do ex-ativista CesareBattisti e afirmou que o país manterá os esforços para levá-lo à Justiça. Com seu prestígio abalado por uma série de escândalos sexuais, o empresário mais rico da Itália, dono de jornais, revistas e canais de TV, entre eles o Grupo Mediaset, e de um dos maiores clubes de futebol italiano, o Milan, aproveita a onda midiática formada em torno do Caso Battisti para, nesta quinta-feira, anunciar a apelação à Corte Internacional de Haia contra a decisão brasileira.
Na Itália, Battisti foi condenado, à revelia, à prisão perpétua por quatro homicídios cometidos na década de 1970, quando integrava a organização Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Ele nega todas as acusações e diz ser vítima de perseguição política. Imagens da TV italiana mostraram, nesta manhã, Battisti deixando o presídio da Papuda, em Brasília, em um carro no início da madrugada desta quinta-feira, horas depois da decisão do Supremo.
Foragido desde 1981, ele foi preso no Rio de Janeiro em 2007 e recebeu do então ministro da Justiça, Tarso Genro, o status de refugiado político, contrariando decisão anterior do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). O governo italiano investiu tempo e prestígio no processo de extradição do ex-ativista. A ministra para assuntos da juventude, Giorgia Meloni, classificou a decisão da suprema corte brasileira como “a mais recente humilhação infligida às famílias das vítimas” e uma “tapa no rosto da Itália”.
Em comunicado, o presidente italiano, Giorgio Napolitano, afirmou “deplorar” a decisão e expressou seu respeito às famílias das vítimas dos crimes que, segundo ele, foram cometidos por Battisti. A parlamentar de extrema-direita Alessandra Mussolini, neta do ex-ditador Benito Mussolini, que chefiou a Itália durante a Segunda Guerra Mundial, pediu que a Itália promova retaliações diplomáticas contra o Brasil.



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