Pessoas alérgicas devem redobrar os cuidados durante inverno
Redação, com ABr - de Brasília
Apesar do frio já registrado em grande parte do país, o inverno brasileiro começa oficialmente nesta terça-feira, data que também marca o Dia Nacional do Combate àAsma. De acordo com o pneumologista e presidente da Iniciativa Global contra a Asma, Rafael Stelmach, pessoas alérgicas devem redobrar os cuidados durante o período de baixas temperaturas e ar seco.
Ele explicou que a asma é uma doença inflamatória das vias aéreas, geralmente associada a alergias transmitidas geneticamente. Quando a pessoa com essa condição se expõe a fatores externos como poeira, mofo e fumaça, surgem sintomas como tosse seca, chiado no peito e falta de ar.
Baratas, animais domésticos, perfumes, produtos de limpeza e mudanças de temperatura também podem desencadear uma crise. Outro alerta é para o aumento de casos de virose registrados durante o inverno. Uma simples gripe em pessoas asmáticas geralmente precede as crises.
Stelmach destacou que a doença, por se tratar de uma condição geneticamente determinada, não tem cura, mas precisa ser controlada por meio de tratamento. Para quem tem crises pelo menos uma vez por semana, a orientação é inalar diariamente antiinflamatórios à base de corticoide. O controle deve ser similar ao de uma doença crônica como o diabetes e a hipertensão.
A trabalhadora autônoma Maria das Neves de Araújo, de 44 anos, conhece bem a rotina de cuidados contra a asma. Ela convive com o quadro desde 1994, depois de um tratamento malsucedido contra uma pneumonia. Atualmente, toma dois comprimidos por meio de inalação, duas vezes ao dia, além de fazer acompanhamento médico a cada três meses.
– Como não tenho mais crises, minha rotina continua mais ou menos a mesma. Mas, quando tinha crises, tinha que me afastar de poeira, dos cheiros fortes. Tudo era prejudicial. Hoje, tenho uma vida normal. O tratamento melhorou muito minhas crises –, disse.
Eduardo Ribeiro, de 40 anos, teve o diagnóstico confirmado quando tinha 15 anos.
– Como em 1985 a medicina ainda não estava tão avançada, não fazia tratamento, só tomava remédio quando tinha crise –, relatou.
Atualmente, o servidor público toma corticoides todos os dias ao anoitecer e não tem crises há mais de seis anos.
– Só evito ambientes com fumaça de cigarro e poeira. Minha casa não tem tapete e as cortinas são bem limpas –, contou.
Dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia indicam que a asma afeta entre 10% e 25% da população brasileira, sendo responsável anualmente por 400 mil internações hospitalares e 2.500 óbitos.
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