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A Árvore da Vida gera controvérsias em Cannes

quarta-feira, 18 de maio de 2011


A Árvore da Vida gera controvérsias em Cannes


cannes
Brad Pitt atua no filme Árvore da Vida
A longa espera pela volta do diretor norte-americano Terrence Malick às telas terminou nesta segunda-feira com um misto de aplausos calorosos e vaias. O drama A Árvore da Vidaaparentemente dividiu as opiniões da crítica no Festival de Cinema de Cannes. O drama estrelado pelos atores Brad Pitt e Sean Penn narra a história de uma família do sul dos Estados Unidos na década de 1950, contra um pano de fundo de fotografia majestosa, uma trilha sonora grandiosa, cenários bucólicos e de outro mundo e um elenco de primeira grandeza.
No final do filme, que está na competição oficial pela Palma de Ouro de melhor filme e é amplamente visto como o longa mais aguardado a ser exibido em Cannes em anos, ouviu-se um misto de aplausos altos e vaias igualmente acirradas.
Brad Pitt representa o pai severo de três meninos em uma cidade de classe média comportada que está determinado a ensinar disciplina e resistência a seus filhos – ao mesmo tempo em que ele perde seu emprego em uma fábrica e sua confiança no mundo material vai sendo erodida.
– O pai é o provedor, e no filme você vê que o sonho americano, na visão que ganhamos dele enquanto crescíamos, não está funcionando – disse Pitt, que também produziu o filme, em coletiva de imprensa após a exibição.
Conhecido por ser avesso à mídia, Malick não compareceu à coletiva de imprensa — uma opção rara e incomum em um festival que costuma focar as atenções sobre os diretores. Os atores defenderam sua decisão.
– Ele quer focar a criação do produto, e não sua venda. É estranho um artista esculpir uma obra e depois ser vendedor dela – disse Pitt, falando de Malick, que muitas vezes escreveu partes do roteiro do filme no próprio dia em que as cenas seriam rodadas.
Em A Árvore da Vida, os personagens são postos em um plano igual ao do mundo natural e a câmera se demora sobre cenas como as de cânions profundos, vulcões em erupção, explosões na superfície do sol e florestas habitadas por dinossauros tranquilos.
O filme é o mais comentado dos 20 trabalhos da competição principal deCannes, e sua première mundial levou ao tapete vermelho astros da estatura de Pitt e Sean Penn. Sua exibição também marcou a metade do festival deste ano, sobre o qual muitos críticos vêm se queixando de que a qualidade geral dos filmes na competição não condiz com o brilho e o glamour do evento.
Os organizadores parecem ter recebido a injeção de ânimo esperada na competição com o filme de Malick, diretor que ficou conhecido por ter levado 20 anos entre seu segundo filme, “Cinzas no Paraíso”, de 1978, e o terceiro, “Além da Linha Vermelha” (1998).
Linha Vermelha, também estrelado por Sean Penn, valeu a Malick indicações ao Oscar pelo roteiro e a direção. Apesar de sua produção exígua, Malick é um dos mais respeitados cineastas dos EUA em atividade.
O sigilo que cercou A Árvore da Vida e a aversão de Malick ao tipo de publicidade procurado ativamente pela maioria dos cineastas conferiram ao filme um status quase mítico entre cinéfilos, com trailers e uma sinopse oficial que revelavam pouco.
Concebido há pelo menos cinco anos, depois de Malick ter concluído seu quarto trabalho, O Novo Mundo, estrelado por Colin Farrell, o filme estaria pronto para ser exibido no ano passado, mas foi adiado para ser mais editado.
Tapete vermelho
A cantora Gwen Stefani, mulher do diretor de A Árvore da Vida foi clicada no tapete vermelho desta 64º edição do Festival de Cannes usando uma roupa preta preta com direito a um poderoso decote. Ela vestiu uma espécie de macacão de mangas transparentes, desenhado pela estilista Stella McCartney, segundo informações do site Just Jared, para acompanhar a sessão especial do filme , acompanhada de Gavin Rossdale.
A artista, que já é mãe de dois meninos, revelou recentemente que gostaria de ser mãe de uma garotinha, e estaria até procurando ajuda de um especialista.
Homenagem a Belmondo
A pequena cidade da Riviera Francesa prestou uma homenagem a Bebel, como chamam carinhosamente a um dos ícones da sétima arte francesa, Jean Paul Belmondo, e um canal francês de TV dedicou uma homenagem noturna ao astro. No teatro do Palácio de Festivais, Belmondo e sua impressionante filmografia (A bout de soufle, Pierrot o louco, Cartouche, O homem do Rio, As tribulações de um chinês na China, Borsalino, O Marginal…) levou a platéia ao delírio.
O inquieto ator, um dos símbolos da Nouvelle Vague (Nova Onda) do cinema francês, sofreu faz anos um acidente vascular-cerebral, mas se recuperou lentamente.
– Tê-lo em Cannes é uma imensa honra. Quiçá o tributo chega algo tardio, mas não deixa de ser um dos mais merecidos em nosso festival – destacou Gilles Jacob, diretor do evento do cinema.
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